O que temos visto por aí???
Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes.
Com suas danças e poses em closes ginecológicos, cada vez mais siliconadas, corpos esculpidos por cirurgias plásticas, como se fossem ao supermercado e pedissem o corte como se quer... mas???
Chegam sozinhas e saem sozinhas...
Empresários, advogados, engenheiros, analistas, e outros mais que estudaram, estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, ...sozinhos...
Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dancer", incrível.
E não é só sexo não!
Se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?
Sexo se encontra nos classificados, nas esquinas, em qualquer lugar, mas apenas sexo!
Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho, sem necessariamente, ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico na cama... sexo de academia...
Fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçadinhos, sem se preocuparem com as posições cabalísticas...
Sabe essas coisas simples, que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.
Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção.....
Tornamo-nos máquinas, e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós...
Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada nos sites de relacionamentos "ORKUT", "PAR-PERFEITO" e tantos outros, veja o número de comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!"
até a desesperançada "Nasci pra viver sozinho!"
Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários, em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis, se olharmos as fotos de antigamente, pode ter certeza de que não são as mesmas pessoas, mulheres lindas se plastificando, mutilando-se em nome da tal "beleza"...
Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento, e percebemos a cada dia mulheres e homens com cara de bonecas, sem rugas, sorriso
preso e cada vez mais sozinhos...
Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário...
Pra chegar a escrever essas bobagens?? (mais que verdadeiras) é preciso ter a coragem de encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa...
Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia isso é julgado como feio, démodê, brega, famílias preconceituosas...
Alô, gente!!! Felicidade, amor, todas essas emoções fazem-nos parecer ridículos, abobalhados...
Mas e daí? Seja ridículo, mas seja feliz e não seja frustrado... "Pague mico", saia gritando e falando o que sente, demonstre amor...
Você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais...
Perceba aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, ou talvez a pessoa que nada tem a ver com o que imaginou mas que pode ser a mulher da sua vida... E, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois...
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza ?
Um ditado tibetano diz: "Se um problema é grande demais, não pense nele... e, se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele?"
Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo, assistir desenho animado, rir de bobagens e ou ser um profissional de sucesso, que adora rir de si mesmo por ser estabanado...
O que realmente não dá é para continuarmos achando que viver é out... ou in...
Que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo, que temos que querer a nossa mulher 24 horas, maquiada, e que ela tenha que ter o corpo das frutas tão em moda, na TV, e também na playboy e nos banheiros, eu duvido que nós homens queiramos uma mulher assim para viver ao nosso
lado, para ser a mãe dos nossos filhos, gostamos sim de olhar, e imaginar a gostosa, mas é só isso, as mulheres inteligentes entendem e compreendem isso.
Queira do seu lado a mulher inteligente: "Vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois, ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me
arrepender pelo resto da vida"...
Porque ter medo de dizer isso, porque ter medo de dizer: "amo você", "fica comigo", então não se importe com a opinião dos outros, seja feliz!
Antes ser idiota para as pessoas que infeliz para si mesmo!
Para ler, divulgar e . . . Praticar !
"Não ame pela beleza, pois um dia ela acaba. Não ame por admiração, pois um dia você se decepciona, Não ame por dinheiro, pq um dia ele tb acaba...Ame apenas,pois o tempo nunca pode acabar com um amor sem explicação" (Madre Tereza)
Arnaldo Jabor
Wednesday, July 13, 2011
EU TE AMO NÃO DIZ TUDO por Arnaldo Jabor
O cara diz que te ama, então tá! Ele te ama. Assunto encerrado. Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de quilômetros. A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e palavras. Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você quando for preciso. Ser amado é ver que ele(a) lembra de coisas que você contou dois anos atrás, e vê-lo(a) tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ele(a) fica triste quando você está triste, e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d'água. Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta. Agora, sente-se e escute: Eu te amo não diz tudo.
Heterodoxia
Penso, na solidão das minhas noites mentais, com bastante frequência, na forma como és, e como te estás a tornar..
Por vezes apetece-me fazer uma recolha dos teus defeitos para te perguntar por que tens tanta dificuldade em ser como todos aparentam ser? Por que alimentas as tuas diferenças e fragilidades de uma forma tão voraz, caminhando cada vez mais para um afastamento do padrão de normalidade que nos é impingido pelas sociedades em que estamos inseridos?
Aprendi, e já sei (!) que a normalidade nada mais é do que um padrão definido segundo um critério de maioria. Por conforto, tudo o que difere do que mais abunda é catalogado como diferente. Cultivamos o culto da igualdade e da semelhança, e reprimimos para o nosso íntimo, ou privado, a vivência plena das nossas individualidades de carácter e personalidade.
Vejo-te a sofrer, por vezes, por padeceres do germe da originalidade, que te impele a dar vida a quem és, no teu íntimo. Nunca foste ensinado, ou moldado, para ser como toda a gente..todo tu és um espelho da diferença, e nada mais reflectes do que tu próprio. Mas, por que sofres tu com isso, meu bom amigo? Sabes tão bem como eu como evitar esse sofrimento..mas não o fazes pois o teu instinto (biológico, quiçá) te seduz com mais força do que uma plena aceitação e coabitação social.
Certos momentos, apetece-me temperar a tua essência com um pouco de senso-comum, para que soubesses passar mais incógnito por entre o mar de gente que te rodeia e te olha com estranheza, bem sei.
Mas, sabes, por que o fazem? Por medo do que não conhecem..por desconforto face a um marginal (no sentido original da palavra, de “o que está nas margens”) que tu és...por vergonha por não serem todos capazes de se assumir, da forma como tu fazes.
Muitos chamar-te-ão, certamente, louco. Assume a tua loucura como um traço da tua personalidade. Fá-lo sem medo ou vergonha, mas antes com, orgulho e convicção, o que só irá provocar mais a incompreensão dos que te condenam.
Não quero que sejas um Trouble-Maker, mas antes um Change-Maker social.
Sabes onde se encontra a fronteira entre o génio e o louco? É no sucesso, apenas. E todos os loucos e génios são produtos marginais de uma sociedade que, ao mesmo tempo que os repudia, também os encoraja a existir, com a sua conduta, tão cega e ortodoxa.
Aprendemos juntos, creio que te recordas, uma palavra. Eduardo Lourenço apresentou-nos, através da sua vida e obra o conceito: Heterodoxia.
Para mim, a assimilação deste novo conceito que havia descoberto, foi muito facilitado por ter o prazer e o privilégio de me ter cruzado no teu caminho pelos trilhos da vida.
(“A Vida é a busca do Impossível através do inútil”- Bernardo Soares, in O Livro do Desassossego).
Tornaste-te, para mim, uma imagem viva da ideia inerente e presente na palavra. Quando me debruço sobre o que é, ou pode ser, a liberdade de pensamento (única liberdade que, de facto, está ao alcance de todos), é, não só, mas muito, em ti que me inspiro, como exemplo vivo e real do que poderias ser, se te deixasses levar por ti..se te maximizasses e explorasses ao máximo serias imenso. Hoje és, para mim, uma promessa de uma causa. Um visionário. Um profeta da Felicidade. Tens em ti o instinto de Liberdade já presente. Se o vivesses, alcançarias a Paz. Conjugando ambas num só momento (que todos queremos eterno), terias, pois, enfim, a Felicidade. Está ao teu alcance, mais do que ao alcance da maior parte de nós. A nós falta-nos a tua ousadia para nos libertarmos das correntes que nos prendem, não o corpo, mas a mente.
Instrui-te. Nunca penses saber tudo, ou sequer muito, ou até pouco. Reconhece sempre que desconheces tudo. Tudo o que alguma vez te será dado a conhecer nesta vida, com muito esforço e dedicação, é a Ti próprio. Recordo uma frase que já ambos partilhámos: “Ser culto é a única forma de ser Livre.”
Descobre o mundo..descobre tudo à tua volta. Mas recorda-te, recorda-te sempre, que o objectivo final de toda a Vida é conheceres-Te. Aí conhecerás a Vida em si e é aí..e só aí que reside a utópica e prometida Felicidade. Procuramo-la em mundos e pessoas distantes. Quando, na verdade, reside apenas na nossa mente. Tudo não passa de uma Auto-Psicografia. De um olhar invertido que aprenda a Ver para dentro. De aprender a pensar.
....De Heterodoxia...
De Carlos Osvaldo
Para: Alexandre Gil
-Maputo-10/08/2005-
Por vezes apetece-me fazer uma recolha dos teus defeitos para te perguntar por que tens tanta dificuldade em ser como todos aparentam ser? Por que alimentas as tuas diferenças e fragilidades de uma forma tão voraz, caminhando cada vez mais para um afastamento do padrão de normalidade que nos é impingido pelas sociedades em que estamos inseridos?
Aprendi, e já sei (!) que a normalidade nada mais é do que um padrão definido segundo um critério de maioria. Por conforto, tudo o que difere do que mais abunda é catalogado como diferente. Cultivamos o culto da igualdade e da semelhança, e reprimimos para o nosso íntimo, ou privado, a vivência plena das nossas individualidades de carácter e personalidade.
Vejo-te a sofrer, por vezes, por padeceres do germe da originalidade, que te impele a dar vida a quem és, no teu íntimo. Nunca foste ensinado, ou moldado, para ser como toda a gente..todo tu és um espelho da diferença, e nada mais reflectes do que tu próprio. Mas, por que sofres tu com isso, meu bom amigo? Sabes tão bem como eu como evitar esse sofrimento..mas não o fazes pois o teu instinto (biológico, quiçá) te seduz com mais força do que uma plena aceitação e coabitação social.
Certos momentos, apetece-me temperar a tua essência com um pouco de senso-comum, para que soubesses passar mais incógnito por entre o mar de gente que te rodeia e te olha com estranheza, bem sei.
Mas, sabes, por que o fazem? Por medo do que não conhecem..por desconforto face a um marginal (no sentido original da palavra, de “o que está nas margens”) que tu és...por vergonha por não serem todos capazes de se assumir, da forma como tu fazes.
Muitos chamar-te-ão, certamente, louco. Assume a tua loucura como um traço da tua personalidade. Fá-lo sem medo ou vergonha, mas antes com, orgulho e convicção, o que só irá provocar mais a incompreensão dos que te condenam.
Não quero que sejas um Trouble-Maker, mas antes um Change-Maker social.
Sabes onde se encontra a fronteira entre o génio e o louco? É no sucesso, apenas. E todos os loucos e génios são produtos marginais de uma sociedade que, ao mesmo tempo que os repudia, também os encoraja a existir, com a sua conduta, tão cega e ortodoxa.
Aprendemos juntos, creio que te recordas, uma palavra. Eduardo Lourenço apresentou-nos, através da sua vida e obra o conceito: Heterodoxia.
Para mim, a assimilação deste novo conceito que havia descoberto, foi muito facilitado por ter o prazer e o privilégio de me ter cruzado no teu caminho pelos trilhos da vida.
(“A Vida é a busca do Impossível através do inútil”- Bernardo Soares, in O Livro do Desassossego).
Tornaste-te, para mim, uma imagem viva da ideia inerente e presente na palavra. Quando me debruço sobre o que é, ou pode ser, a liberdade de pensamento (única liberdade que, de facto, está ao alcance de todos), é, não só, mas muito, em ti que me inspiro, como exemplo vivo e real do que poderias ser, se te deixasses levar por ti..se te maximizasses e explorasses ao máximo serias imenso. Hoje és, para mim, uma promessa de uma causa. Um visionário. Um profeta da Felicidade. Tens em ti o instinto de Liberdade já presente. Se o vivesses, alcançarias a Paz. Conjugando ambas num só momento (que todos queremos eterno), terias, pois, enfim, a Felicidade. Está ao teu alcance, mais do que ao alcance da maior parte de nós. A nós falta-nos a tua ousadia para nos libertarmos das correntes que nos prendem, não o corpo, mas a mente.
Instrui-te. Nunca penses saber tudo, ou sequer muito, ou até pouco. Reconhece sempre que desconheces tudo. Tudo o que alguma vez te será dado a conhecer nesta vida, com muito esforço e dedicação, é a Ti próprio. Recordo uma frase que já ambos partilhámos: “Ser culto é a única forma de ser Livre.”
Descobre o mundo..descobre tudo à tua volta. Mas recorda-te, recorda-te sempre, que o objectivo final de toda a Vida é conheceres-Te. Aí conhecerás a Vida em si e é aí..e só aí que reside a utópica e prometida Felicidade. Procuramo-la em mundos e pessoas distantes. Quando, na verdade, reside apenas na nossa mente. Tudo não passa de uma Auto-Psicografia. De um olhar invertido que aprenda a Ver para dentro. De aprender a pensar.
....De Heterodoxia...
De Carlos Osvaldo
Para: Alexandre Gil
-Maputo-10/08/2005-
O Nascimento
Só se “nasce” fisicamente, corporeamente, tomando a forma, demarcando limites. Será que um ser corpóreo consegue imaginar o incorpóreo, sendo a corporeidade factor essencial à sua realidade e presença? Não. Estamos inevitavelmente presos à nossa realidade, tudo o que é imaginado, é imaginado segundo conceitos a ela pertencentes e qualquer extrapolação acontece dentro dos limites máximos da conjugação das noções inerentes a ela.
Com o “nascimento” nasce consequentemente a noção de tempo. No nosso dia-a-dia podemos observar que tudo se rege por ciclos, a natureza, a própria Terra e o Universo descrevem ciclos repetidos, um movimento circular. Também qualquer acção e reacção se pode aplicar a milhares de situações e contextos. Reparamos então que tudo se define pelas mesmas regras, tudo se guia e está ligado a uma forma fundamental: o círculo.
Imaginando a vida há milhares de anos atrás e comparando-a com a actual podemos supôr que, jogando com a forma do círculo, o que existia anteriormente (círculo este que contém a totalidade da vida confundindo-se com ela mesma) era muito menor que o actual. O círculo foi aumentando à medida que os conceitos da nossa realidade se multiplicaram nas suas interacções, e assim irá continuar.
O infinito encontra-se então apenas no crescimento desse círculo não havendo dessa forma o infinito como factor que ultrapasse a nossa condição. Apenas o finito, irredutivelmente. Tal como a eternidade é a imobilidade: como um rio que se apresenta sempre igual na sua diferença, um círculo parece parado mas está em constante movimento.
E essa delimitação significará uma total ausência de liberdade? Pelo contrário, atingimos o máximo de plenitude dentro do círculo, a acepção máxima da vida. Estamos libertos, tudo se intercomunica por vários caminhos, os caminhos são infinitos dentro do nosso círculo. Acredito no caminho e não no destino.
E o divino? Dada a impossibilidade de fugirmos à nossa condição, e sendo Deus admitido normalmente como algo superior à nossa percepção, a sua ideia será então sinónimo à noção de vazio. A existência é por si, total. O nada é a única coisa que não existe. Deus é um conceito imaginado a partir do nosso círculo, perdendo à priori qualquer possibilidade de existência superior, a ideia esvazia-se a si própria.
A discussão de Deus leva-nos directamente ao nascimento e criação do mundo. O nascimento implica sempre de certa forma uma paternidade e uma maternidade. Mas o que criou a primeira entidade paternal/maternal? Nada nem ninguém. A matéria sempre existiu. Extrapolando a partir da nossa realidade em total continuidade e transição repetida, essa é a única hipótese verdadeira: sempre existimos. Mas a percepção da nossa vida é um círculo deitado, que não passa de uma linha, daí conseguirmos observar erroneamente um princípio e um fim. Nada acaba, nada começa, tudo continua.
Somos eternos e infinitos. Nunca nascemos nem morremos: Somos.
Alexandre Gil, Fevereiro de 2006.
Com o “nascimento” nasce consequentemente a noção de tempo. No nosso dia-a-dia podemos observar que tudo se rege por ciclos, a natureza, a própria Terra e o Universo descrevem ciclos repetidos, um movimento circular. Também qualquer acção e reacção se pode aplicar a milhares de situações e contextos. Reparamos então que tudo se define pelas mesmas regras, tudo se guia e está ligado a uma forma fundamental: o círculo.
Imaginando a vida há milhares de anos atrás e comparando-a com a actual podemos supôr que, jogando com a forma do círculo, o que existia anteriormente (círculo este que contém a totalidade da vida confundindo-se com ela mesma) era muito menor que o actual. O círculo foi aumentando à medida que os conceitos da nossa realidade se multiplicaram nas suas interacções, e assim irá continuar.
O infinito encontra-se então apenas no crescimento desse círculo não havendo dessa forma o infinito como factor que ultrapasse a nossa condição. Apenas o finito, irredutivelmente. Tal como a eternidade é a imobilidade: como um rio que se apresenta sempre igual na sua diferença, um círculo parece parado mas está em constante movimento.
E essa delimitação significará uma total ausência de liberdade? Pelo contrário, atingimos o máximo de plenitude dentro do círculo, a acepção máxima da vida. Estamos libertos, tudo se intercomunica por vários caminhos, os caminhos são infinitos dentro do nosso círculo. Acredito no caminho e não no destino.
E o divino? Dada a impossibilidade de fugirmos à nossa condição, e sendo Deus admitido normalmente como algo superior à nossa percepção, a sua ideia será então sinónimo à noção de vazio. A existência é por si, total. O nada é a única coisa que não existe. Deus é um conceito imaginado a partir do nosso círculo, perdendo à priori qualquer possibilidade de existência superior, a ideia esvazia-se a si própria.
A discussão de Deus leva-nos directamente ao nascimento e criação do mundo. O nascimento implica sempre de certa forma uma paternidade e uma maternidade. Mas o que criou a primeira entidade paternal/maternal? Nada nem ninguém. A matéria sempre existiu. Extrapolando a partir da nossa realidade em total continuidade e transição repetida, essa é a única hipótese verdadeira: sempre existimos. Mas a percepção da nossa vida é um círculo deitado, que não passa de uma linha, daí conseguirmos observar erroneamente um princípio e um fim. Nada acaba, nada começa, tudo continua.
Somos eternos e infinitos. Nunca nascemos nem morremos: Somos.
Alexandre Gil, Fevereiro de 2006.
Um Adeus Português (Alexandre O'Neil)
(...)
Não podias ficar nesta cadeira
onde passo o dia burocrático
o dia-a-dia da miséria
que sobe aos olhos vem às mãos
aos sorrisos
ao amor mal soletrado
à estupidez ao desespero sem boca
ao medo perfilado
à alegria sonâmbula à vírgula maníaca
do modo funcionário de viver
Não podias ficar nesta casa comigo
em trânsito mortal até ao dia sórdido
canino
policial
até ao dia que não vem da promessa
puríssima da madrugada
mas da miséria de uma noite gerada
por um dia igual
Não podias ficar presa comigo
à pequena dor que cada um de nós
traz docemente pela mão
a esta pequena dor à portuguesa
tão mansa quase vegetal
Não tu não mereces esta cidade não mereces
esta roda de náusea em que giramos
até à idiotia
esta pequena morte
e o seu minucioso e porco ritual
esta nossa razão absurda de ser
Não tu és da cidade aventureira
da cidade onde o amor encontra as suas ruas
e o cemitério ardente
da sua morte
tu és da cidade onde vives por um fio
de puro acaso
onde morres ou vives não de asfixia
mas às mãos de uma aventura de um comércio puro
sem a moeda falsa do bem e do mal
Nesta curva tão terna e lancinante
que vai ser que já é o teu desaparecimento
digo-te adeus
e como um adolescente
tropeço de ternura
por ti.
Não podias ficar nesta cadeira
onde passo o dia burocrático
o dia-a-dia da miséria
que sobe aos olhos vem às mãos
aos sorrisos
ao amor mal soletrado
à estupidez ao desespero sem boca
ao medo perfilado
à alegria sonâmbula à vírgula maníaca
do modo funcionário de viver
Não podias ficar nesta casa comigo
em trânsito mortal até ao dia sórdido
canino
policial
até ao dia que não vem da promessa
puríssima da madrugada
mas da miséria de uma noite gerada
por um dia igual
Não podias ficar presa comigo
à pequena dor que cada um de nós
traz docemente pela mão
a esta pequena dor à portuguesa
tão mansa quase vegetal
Não tu não mereces esta cidade não mereces
esta roda de náusea em que giramos
até à idiotia
esta pequena morte
e o seu minucioso e porco ritual
esta nossa razão absurda de ser
Não tu és da cidade aventureira
da cidade onde o amor encontra as suas ruas
e o cemitério ardente
da sua morte
tu és da cidade onde vives por um fio
de puro acaso
onde morres ou vives não de asfixia
mas às mãos de uma aventura de um comércio puro
sem a moeda falsa do bem e do mal
Nesta curva tão terna e lancinante
que vai ser que já é o teu desaparecimento
digo-te adeus
e como um adolescente
tropeço de ternura
por ti.
Amorismo- 5 F. A. Q.
Em que te inspiras para escrever?
- Não se deve escrever quando se está inspirado. Deve escrever-se, na minha opinião, quando se tem vontade e algo a dizer. A inspiração deve ser um “extra”; se aparece óptimo, mas a escrita não pode estar refém da sua presença para existir.
De que trata o livro?
- Acho que não deve haver pergunta mais difícil para um criador. A resposta é a obra. O livro tem uma vida própria e deve ser diferente para cada leitor. O que o livro trata para mim é diferente do que trata para quem o for ler, pois a minha vida, a minha forma de ver, pensar e sentir as coisas é diferente. se eu precisasse de falar sobre o que escrevi não faria sentido estar publicado. Publicação é um gesto de oferta à sociedade que um autor faz da sua produção. A partir daí ela deixa de ser sua e passa a ser de quem a ler. E deve falar, sempre, per si. A arte deve funcionar sempre como um espelho multifacetado que será bem sucedida se atingir o propósito de toda a arte: dar prazer aos sentidos.
Está a vender-se bem?
- Não sei. Não preciso de saber, sinceramente. As vendas do livro não diminuirão ou aumentarão o seu significado para mim. Para um pai não importa se o seu filho tem muitos ou poucos amigos. Importa que seja fiel a si mesmo e cumpra o seu propósito na vida. O que se procura nos amigos não é que sejam muitos ou poucos… o que importa é que sejam leais e cúmplices.
O que significa o título?
- Amorismo é uma religião. A religião que Bernardo Souto inventou. A religião do Amor. Do Amor no sentido universal; por si, pela vida, pelos amigos, pelas mulheres, pela família, pela sabedoria, pela cultura… Amorismo é a forma de crença em que Bernardo Souto se encontra e cria. Uma religião é sempre a casa em que abrigamos um deus. É o templo em que ele repousa. Quem, como B. Souto acredita no Amor como seu deus criou Amorismo para dar forma a essa vivença espiritual. E (re)criou-se em função da mesma.
Como te sentes ao ter um livro publicado?
- Eu sou o mesmo e sinto-me igual. Um livro é como um filho. Muda-te por dentro, no sentido em que quando olhas para ele só tu sabes o que ele significa para ti. Mas não mudas por fora. És o mesmo para quem te vê. E assim deve ser. As verdadeiras mudanças (as que definem os grandes momentos das nossas vidas), mais que vistas, devem ser sentidas.
Carlos Osvaldo
Saturday, July 9, 2011
Ideias soltas
Temos de ter uma explicação para tudo nesta vida. Qualquer que seja. Pouco importa. E quanto mais difícil for de explicar melhor. Assim fica mais fácil de se acreditar nela.
Carlos Osvaldo
Carlos Osvaldo
Aforismos
"War is young men dying and old men talking."
"Remember, shadows stays in front or behind. Never on top." - M (James Bond)
"If you are good at something never do it for free." - Joker (Batman)
"O grande segredo das grandes mulheres é saberem viver intensamente cada uma das suas idades."
“As vezes em que estamos perdidos, não sabendo o que fazer, o único erro é não fazer nada.”
"A melhor homenagem à beleza é o silêncio." - Menotti
"All that is necessary fo evil to prevail is for good men to do nothing." - E. Burke
"Não preciso de conselhos. Sei errar sozinho." - Oscar Wilde
"O último degrau da sabedoria é a simplicidade." - Confúcio
"A esperança é um bom almoço mas um mau jantar." - Francis Bacon
"Remember, shadows stays in front or behind. Never on top." - M (James Bond)
"If you are good at something never do it for free." - Joker (Batman)
"O grande segredo das grandes mulheres é saberem viver intensamente cada uma das suas idades."
“As vezes em que estamos perdidos, não sabendo o que fazer, o único erro é não fazer nada.”
"A melhor homenagem à beleza é o silêncio." - Menotti
"All that is necessary fo evil to prevail is for good men to do nothing." - E. Burke
"Não preciso de conselhos. Sei errar sozinho." - Oscar Wilde
"O último degrau da sabedoria é a simplicidade." - Confúcio
"A esperança é um bom almoço mas um mau jantar." - Francis Bacon
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