Wednesday, July 13, 2011

Amorismo- 5 F. A. Q.



Em que te inspiras para escrever?
- Não se deve escrever quando se está inspirado. Deve escrever-se, na minha opinião, quando se tem vontade e algo a dizer. A inspiração deve ser um “extra”; se aparece óptimo, mas a escrita não pode estar refém da sua presença para existir.

De que trata o livro?
- Acho que não deve haver pergunta mais difícil para um criador. A resposta é a obra. O livro tem uma vida própria e deve ser diferente para cada leitor. O que o livro trata para mim é diferente do que trata para quem o for ler, pois a minha vida, a minha forma de ver, pensar e sentir as coisas é diferente. se eu precisasse de falar sobre o que escrevi não faria sentido estar publicado. Publicação é um gesto de oferta à sociedade que um autor faz da sua produção. A partir daí ela deixa de ser sua e passa a ser de quem a ler. E deve falar, sempre, per si. A arte deve funcionar sempre como um espelho multifacetado que será bem sucedida se atingir o propósito de toda a arte: dar prazer aos sentidos.

Está a vender-se bem?
- Não sei. Não preciso de saber, sinceramente. As vendas do livro não diminuirão ou aumentarão o seu significado para mim. Para um pai não importa se o seu filho tem muitos ou poucos amigos. Importa que seja fiel a si mesmo e cumpra o seu propósito na vida. O que se procura nos amigos não é que sejam muitos ou poucos… o que importa é que sejam leais e cúmplices.

O que significa o título?
- Amorismo é uma religião. A religião que Bernardo Souto inventou. A religião do Amor. Do Amor no sentido universal; por si, pela vida, pelos amigos, pelas mulheres, pela família, pela sabedoria, pela cultura… Amorismo é a forma de crença em que Bernardo Souto se encontra e cria. Uma religião é sempre a casa em que abrigamos um deus. É o templo em que ele repousa. Quem, como B. Souto acredita no Amor como seu deus criou Amorismo para dar forma a essa vivença espiritual. E (re)criou-se em função da mesma.

Como te sentes ao ter um livro publicado?
- Eu sou o mesmo e sinto-me igual. Um livro é como um filho. Muda-te por dentro, no sentido em que quando olhas para ele só tu sabes o que ele significa para ti. Mas não mudas por fora. És o mesmo para quem te vê. E assim deve ser. As verdadeiras mudanças (as que definem os grandes momentos das nossas vidas), mais que vistas, devem ser sentidas.

Carlos Osvaldo

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