Saturday, January 30, 2010

Vintinhas…

A pior coisa que algumas das vintinhas têm é o facto de terem de controlar uma arma muito mais desenvolvida e perigosa do que a sua maturidade geralmente consegue perceber: os seus corpos.
Na verdade isto é muito simples de explicar: a cabeça de uma mulher de vintinha está nos seus primeiros anos de maturidade e em processo de maturação ainda nos seus primeiros passos. Por outro lado, o corpo de uma vintinha está no potencial máximo das suas capacidades.
Ora, isto faz com que o sempre reconhecido precoce desenvolvimento feminino acabe por se tornar tantas vezes numa armadilha para as mesmas.
É um pouco como colocar um recém encartado ao volante de um bólide de Fórmula 1; por melhor que seja a formação a sua aplicação fica sempre colocada em causa pelo desajuste de forças em questão.
Todas as mulheres têm várias vidas e em cada vida têm várias idades. Nos homens tudo é mais lento e apoiado, principalmente a nível mental. Crescemos mais devagar, mas quando as nossas mentes se desenvolvem, os nossos corpos já estão maduros. Geralmente, o encontro entre corpo e mente acontece em nós a partir dos 35 anos. Antes o corpo está sempre atrás da mente e depois vão caminhando mais ou menos juntos.
Nas mulheres é diferente.... de crianças começam a desenvolver-se pelo corpo quando o peito começa a surgir e o período aparece. Depois a mente percebe que tem que dar um salto, e aí é que dão um pulo relativamente aos meninos.
O corpo desenvolve-se mais cedo e atinge a maturidade mais cedo. É pura matemática.! Ou biologia, neste caso. Por isso, as vintinhas são apanhadas numa encruzilhada em que acabam por ter de aprender a lidar com corpos que despertam atenções e desejos com os quais devem aprender a lidar.
As vintinhas acabam sendo engolidas pelo seu próprio encanto. Tantas vezes são mais apreciadas pelos seus corpos que pelas suas habilidades. Mais avaliadas pelo que parecem que pelo que são. Não é fácil! E como homem me solidarizo com elas. Mas é a verdade!
E depois elas acabam ficando fracturadas. As vintinhas acabam ficando perdidas. O feitiço tantas vezes se vira contra as feiticeiras. Ao usarem os seus encantos acabam ficando perdidas em si mesmas. O equilíbrio é difícil de alcançar.
Os efeitos perversos começam a manifestar-se. Quem tinha tudo para estar bem acaba ficando com pequenos sintomas de inquietudes que tomam diversas formas.
Surgem, pois, as variantes de vintinhas; existem as confusas; as misteriosas, escondendo algum terrível segredo; as sufocadas; as que não estão bem consigo mesmas... quem não conhece uma delas?!
Felizmente, a partir dos 25 alguma serenidade acalma os sentidos eléctricos das frescas vintinhas. Entre os 25 e os 35 mente e corpo encontram-se e estabilizam.
Mas a idade das vintinhas é deliciosamente fértil em experiências, dores, sonhos e desilusões. Um prolongamento das incertezas da adolescência vividas num corpo de mulher.

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